Estou sufocada nesse castelo de mármore
As grades e essas paredes frias não me
deixam respirar em paz
Eu não quero mais
Eu não te quero mais.
Cadê a chuva que há tempos não molha meu
rosto...
Não destrói meu penteado
Não borra minha maquiagem
Cadê o vento que em meu colo nunca mais
repousou
Meu cabelo nunca mais assanhou
E meu nariz não mais resfriou
Nem o calor de mim se aproximou
É tudo culpa desse castelo de mármore...
Que me assusta com personagens irreais
Com palavras que não acredito mais.
O chão frio e sujo que machuca meus pés
Que de tanto tempo aprisionado,
[ não
consegue mais dar longos passos...
Pisa com receio, pois não quer continuar
ensanguentado.
Estou com sede...
Sede de correr pelos campos florais na
primavera
Sede de girar na rua nos dias que chovem
Sede de sorrir...
Sede de liberdade
Sede de sentir saudade
Sede amizades
Sede de verdades
Sede de simplesmente
Viver.
