Perdoe
este pequeno anjo que não aprendeu a esquecer o passado. Perdoe este pequeno
anjo que sempre viveu num mundo imaginário, criando suas próprias censuras e em
silêncio provando o gosto forte da amargura.
Um
anjo que, contudo nunca livrou-se das feridas que sangrava e com o tempo só as
acumulava. Não queira causar-lhe mais uma dor ao desatinar outra desilusão.
Não. Não seja tão rude e sem paixão.
Você
não imagina a vida solitária de um guarda que muito vê e pouco fala. Você não
imagina o coração que palpita forte e constante quando lembranças desequilibram
seu presente.
Perdoe
um anjo que sujeitara inocentemente a não conhecer a flor que desabrocha num
coração apaixonado por que nunca encontrara quem quisesse rega-la.
Este
é um anjo...
Um
anjo tão inocente de nunca ter o amor nas mãos; até hoje não livrou-se desse
sentimento, que ele acredita ser mágico e perfeito como um filme de romance de
férias, com final feliz.
Perdoe-o
por ser apenas um anjo.
Ele
é só mais um anjo que não se cansa de procurar
No
céu, no infinito, nos sonhos, no mar...
Pobre
anjo que anda a procurar...
Sabe
Deus o que ele pode achar...
Chora
sem motivos e sorrir sem vontade, sonha com medo e foi obrigado a se afastar
dos próprios desejos.
Você
não consegue imaginar o sangue derramado de um coração encharcado de ilusão.
Você não imagina a angústia de uma alma sem reflexos de felicidade.
Este
é um anjo...
Perdoe-o
por ser...
Ele
é só mais um anjo que ainda não cansou porque acredita...