Eu fecho os olhos para enxergar mais longe e caminhar de vagar para recordar-me de cada lugar. Eu quero liberdade, quero sorrir...
Não! Para! Vou começar de
novo. Não vou falar do que eu quero!Vou falar do que eu tenho e não consigo expor, por isso mesmo vou falar. Quem sabe alguém que também tenha e não consiga, lendo esse segredo rasgado consiga explicar, porque está vendo de outra janela, da minha janela.
Eu fecho os olhos e vejo
flores, vejo borboletas, vejo abraços, vejo cifras. Sinto a melodia, sinto o
sol e sinto a chuva que escorre pelo rosto. O vento leva as folhas secas do
outono... Engraçado, como posso ter todas as estações do ano juntas?!
Preciso de palavras
novas...
Cadê o dicionário? Onde
está o lápis? Preciso riscar algumas paredes e depois deitar no chão e dá vida
aos meus próprios desenhos...
Se eu fechar os olhos, aquela música novamente vai me querer levar... e me fazer dançar no parque e
girar nas ruas e cantar nos campos e sorrir no mar...
O que me sufoca? Cadê o
dicionário? Oh, meu Deus! Tomara que ninguém nunca encontre isso! Vão me chamar
de louca! Se bem que a loucura é boa! Quando se é louco por querer, quando não
se tem medo das reações...
Só que eu preciso acordar... Mas
antes quero comer jujubas, de todas as cores. É mais divertido! É, isso é
loucura mesmo!
Mas eu prefiro minha
própria liberdade, mesmo que seja louca!
O que é isso? Alguém
batendo na porta? Preciso esconder você, diário! Boa noite!